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Monsenhor Scicluna fala da “coragem do Papa Bento XVI”

O papa Bento XVI demonstrou "coragem e determinação" ao enfrentar os crimes de pedofilia cometidos por sacerdotes católicos, depois de superar a "raiva, a frustração e a compaixão" que sentiu ao estudar centenas de casos, quando ainda era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

Foi o comentou monsenhor Charles Scicluna, atual procurador de justiça da Congregação, em entrevista ao canal televisivo Fox News em Malta, sua ilha natal.

Scicluna disse que "entre 2002 e 2005" o futuro Papa, ao se tornar responsável pelas investigações desses crimes, "examinou centenas de casos" que chegaram à Congregação, o que afetou fundamentalmente sua visão sobre a questão, "porque uma experiência como esta muda qualquer um".

"Acredito que isto lhe abriu os olhos para a gravidade da situação, e lhe causou uma tristeza profunda pela traição e o fracasso sacerdotal. Creio que quem estuda tantos casos muda seus pontos de vista sobre as coisas, sobre os erros humanos e também sobre os grandes sofrimentos que provocaram", acrescentou o prelado.

Scicluna voltou a negar as acusações contra Bento XVI sobre a alegada ocultação de abusos sexuais quando era arcebispo na Alemanha, e mais tarde, ao chegar em Roma, como cardeal prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

"Testemunhei pessoalmente a compaixão, a frustração e a raiva que estes casos provocaram no então cardeal Ratzinger e também no homem Joseph Ratzinger", destacou o religioso.

Quanto ao impacto das revelações sobre os abusos sexuais na Igreja, o prelado maltês disse que é preciso mudar o olhar sobre a questão, que não deve ser vista como "uma crise", mas sim como uma oportunidade para "chamar o pecado e o crime pelo seu nome verdadeiro", para combatê-los com determinação.

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