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Novo governo toma posse na Itália e inicia pós-Salvini

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, tomou posse para seu segundo mandato como chefe de governo, agora liderando uma coalizão entre o populista Movimento 5 Estrelas (M5S) e o social-democrata Partido Democrático (PD).

A cerimônia de juramento ocorreu no Palácio do Quirinale, sede da Presidência da República, em Roma, quase um mês depois de o agora ex-ministro do Interior Matteo Salvini, da ultranacionalista Liga, ter tentado derrubar Conte para forçar a realização de eleições antecipadas.

O premier liderará uma equipe de 21 ministros (três a mais que na gestão anterior), sendo 10 do M5S, nove do PD, um da aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU) e uma “técnica”, a advogada Luciana Lamorgese, escolhida para substituir Salvini no Ministério do Interior.

O voto de confiança a Conte na Câmara dos Deputados e no Senado está marcado para os dias 9 e 10 de setembro, respectivamente. O premier foi o primeiro a assinar o termo de posse e, assim como seus ministros, pronunciou o juramento, que diz: “Juro ser fiel à República, observar lealmente a Constituição e as leis e exercer minhas funções no interesse exclusivo da nação”.

Em seguida, Conte se dirigiu ao Palácio Chigi, sede do governo, onde tocou o pequeno sino que precede a primeira reunião do Conselho dos Ministros. O novo gabinete terá temas importantes a tratar já em suas primeiras semanas, como a venda da Alitalia, a lei orçamentária para 2020 e a indicação do próximo representante italiano na Comissão Europeia, que deve ser o ex-premier Paolo Gentiloni (2016-2018).

O ministério mantém apenas três nomes da gestão anterior, incluindo o líder do M5S, Luigi Di Maio, que trocou a pasta do Desenvolvimento Econômico pela das Relações Exteriores.

Da direita à esquerda – Advogado e professor de direito, Conte não tem filiação partidária, mas é ligado ideologicamente ao M5S, que o alçou do anonimato ao cargo político mais cobiçado do país após as eleições do ano passado, quando a sigla obteve 32% dos votos. Como o resultado foi insuficiente para garantir maioria no Parlamento, o M5S formou uma aliança com a ultranacionalista Liga, de Salvini. Os dois partidos se recusaram a ceder o cargo de premier a seus respectivos líderes, então a solução foi buscar um nome alternativo e sem trajetória política: Giuseppe Conte.

No entanto, após um ano e dois meses de um governo turbulento, Salvini decidiu romper a coalizão com o M5S, a quem acusava de bloquear projetos importantes para o país, como o trem de alta velocidade entre Turim e Lyon.

Seu objetivo era capitalizar a liderança da Liga nas pesquisas e chegar ao cargo de primeiro-ministro. O movimento antissistema, contudo, abriu negociações com seu maior adversário político, o centro-esquerdista PD, e frustrou, ao menos por enquanto, o desejo de Salvini de realizar novas eleições.

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