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POLÍTICA: Parlamentares rebeldes anunciam apoio a Berlusconi

Parlamentares rebeldes da centro-direita italiana mostraram-se satisfeitos com o discurso do primeiro-ministro Silvio Berlusconi desta quarta-feira, e confirmaram apoio a ele na decisão sobre dar ou não um voto de confiança a seu governo. Caso não obtenha maioria na votação, o premiê terá de renunciar e convocar novas eleições antecipadamente.

A rara intervenção no Parlamento se deve em parte aos atritos com o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, ex-aliado e cofundador de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL). O desentendimento deixou o premiê sem maioria segura na Casa, uma vez que 40 deputados e senadores deixaram de apoiá-lo. Embora tenha conseguido novos apoios de centristas e outros partidos, o premiê precisa da aprovação do grupo de Fini para ter certeza de que sairá vitorioso do teste de confiança desta quarta e de que poderá terminar a legislatura com apoio suficiente.

Os primeiros comentários logo após seu discurso ao Parlamento apontam que ele pode estar no caminho certo. Para Italo Bocchino, importante apoiador de Gianfranco Fini, a fala de Berlusconi estava alinhada ao programa de reforma com o qual seu grupo simpatiza. Outro aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Benedetto Della Vedoya, classificou o pronunciamento como "positivo", enquanto a colega Andrea Ronchi enfatizou: "Vamos dizer 'sim' na votação de confiança".

Discurso – O primeiro-ministro, que nesta quarta completa 74 anos, compareceu às 11h (hora local, 6h no horário de Brasília) perante a Câmara Baixa para ler um documento que contém os cinco pontos de seu programa de governo – federalismo econômico, reforma tributária, iniciativas para o sul, justiça e segurança. Em um discurso interrompido frequentemente por saudações de aliados e vaias de opositores, Berlusconi pediu o fim das divisões e dos atritos na política italiana. 

"É absolutamente do interesse do nosso país não correr o risco de um período de instabilidade neste momento em que a crise econômica ainda não acabou”, destacou, anunciando ainda um programa de prioridades que abrange reformas no Judiciário e medidas para ampliar a autonomia fiscal até o combate ao crime organizado e a imigração ilegal, como também a luta contra a pobreza no sul do país.

Após o discurso, foi aberto um debate, ao qual se seguirá uma réplica do premiê às 16h30 (hora local, 11h30 no horário de Brasília). A votação está marcada para começar às 19h (14h pelo horário de Brasília) e o governo precisa de 316 votos para conservar a maioria. Berlusconi conta atualmente com um total de 311 votos – 296 votos dos deputados do PDL, junto aos de seus aliados no governo da Liga Norte, 5 do grupo Noi Sul, 5 do Movimento para a Autonomia da Sicília, 3 dos liberal-democratas e 2 do Partido Republicano.

Ainda podem ser somados a estes, os cinco votos dos democratas-cristãos do partido opositor UDC e dois da Aliança para a Itália, que abandonaram seus respectivos partidos e se inscreveram no grupo misto. Assim, Berlusconi alcançaria a maioria sem precisar do apoio dos 35 correligionários de Fini. No primeiro teste após o racha no governo, em agosto, o premiê já havia saído vitorioso.

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