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Silvio Berlusconi chama primeiro-ministro italiano Matteo Renzi de “simpático taxador”

Prestes a iniciar o cumprimento de sua pena de um ano de realização de serviços sociais, o ex-premier da Itália Silvio Berlusconi criticou o atual chefe de governo do país, Matteo Renzi, a quem chamou de um "simpático taxador". O líder do partido de centro-direita Forza Italia (FI) atacou principalmente o projeto que propõe a redução do Imposto de Renda para Pessoas Físicas (Irpef, na sigla em italiano) para aqueles que ganham menos de 1,5 mil euros por mês (R$ 4,6 mil).

A medida deve proporcionar um alívio de mil euros (R$ por ano, ou cerca de 80 euros (R$ 245) por mês, para essa parcela da população. "Para dar 80 euros, Renzi deve achar os recursos. São necessários 830 milhões de euros [R$ 2,5 milhões] por mês para dar 80 euros. Para isso, ele teve que manter os impostos sobre a habitação. E no que se refere às economias e depósitos das pessoas, ele aumentou a taxação de 20% para 27%", disse Berlusconi, durante uma entrevista ao programa Porta a Porta. Nesta quinta, o presidente Giorgio Napolitano sancionou o decreto do governo Renzi que reduz o Irpef. A medida começa a valer a partir de maio, e deverá custar aos cofres públicos 6,7 bilhões de euros (R$ 20,7 bilhões) em 2014. Segundo o atual premier, a perda na arrecadação será compensada com a diminuição de 4,5 bilhões de euros (R$ 13,9 bilhões) nas despesas públicas, enquanto os 2,2 bilhões de euros (R$ 6,8 bilhões) restantes virão do aumento das receitas com o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e da elevação da taxação sobre o processo de reavaliação das cotas do Bankitalia, o banco central italiano.

"A medida dos 80 euros não será financiada com os rendimentos, mas sim com reduções nas despesas", disse uma pessoa ligada ao palácio Chigi, sede do governo italiano. O projeto também inclui um corte de 10% no Imposto Regional sobre as Atividades Produtivas (Irap), que incide sobre as empresas. Neste caso, a medida será compensada com a elevação de 20% para 26% na taxação sobre as aplicações financeiras, com exceção dos títulos públicos. De acordo com a mesma fonte, trata-se de uma simples adequação à média da União Europeia.

Berlusconi ainda comentou a sentença da Justiça italiana, que o condenou definitivamente por fraude fiscal em agosto do ano passado. Por conta desse veredicto, o ex-premier teve seu mandato de senador cassado no final de 2013 e terá que cumprir um ano de serviços sociais em um asilo do país, além de ficar impedido de concorrer a cargos públicos por dois anos.    "É uma sentença injusta, contra a qual entramos com um recurso. Pediremos sua revisão e ela será anulada. Fui vítima de uma série de situações injustas que se criaram dentro da magistratura", afirmou o ex-primeiro-ministro, sem perder as esperanças.

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