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Tribunal de Roma absolve Berlusconi em processo de corrupção de testemunhas

O Tribunal de Roma absolveu o senador e ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi em um processo por corrupção de testemunhas.

O político de 86 anos era acusado de subornar o cantor Mariano Apicella, também absolvido, para induzi-lo a mentir em seu favor em depoimentos à Justiça, mas a corte de primeira instância acolheu a tese do Ministério Público em prol da absolvição.

Apicella era presença frequente nas noitadas nas mansões de Berlusconi, apelidadas de “bungabunga”, e, de acordo com a denúncia apresentada pelo próprio MP, teria recebido 157 mil euros do ex-premiê.

O Ministério Público afirmava que os pagamentos datavam de 2012, mas, durante o julgamento, o procurador Roberto Felici disse ter verificado que os desembolsos começaram muito antes, “então é difícil imaginar que tivessem relação com um suposto falso testemunho”.

“Havia entre Berlusconi e Apicella uma relação de amizade de longa data”, acrescentou Felici. Já o ex-premiê disse, por meio de seus advogados, que ficou “contente e satisfeito” com a sentença.

“Os elementos apresentados pela defesa esclareceram a falta de sinais de opacidade nesse caso”, ressaltou.

Essa já é a segunda absolvição de Berlusconi no caso conhecido como “Ruby ter”, que reúne uma série de processos, todos por corrupção de testemunhas, em diversas cidades italianas. Em Siena, ele foi absolvido em  primeiro grau da acusação de ter subornado o pianista Danilo Mariani, também presença frequente no “bunga bunga”, porém o Ministério Público recorreu da sentença.

Já em Milão, o MP pediu a condenação do ex-premiê a seis anos de prisão sob a acusação de ter distribuído mesadas a garotas de programa para que elas mentissem em seu favor. A decisão do tribunal está prevista para as próximas semanas.

Todos esses inquéritos foram conduzidos por braços diferentes do Ministério Público e nasceram do processo “Ruby”, no qual o ex-primeiro-ministro foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.

O nome faz referência à modelo ítalo-marroquina Karima el Mahroug, a Ruby, pivô do escândalo sexual que abalou a imagem de Berlusconi.

O líder conservador já foi condenado em última instância por fraude fiscal, pena descontada com um ano de serviços sociais, e hoje é senador da base governista da premiê Giorgia Meloni.

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