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União Europeia passa a exigir etiqueta de produtos de colônias israelenses

O governo de Israel decidiu suspender o "diálogo diplomático" com a União Europeia (UE), após Bruxelas instaurar uma medida que obriga que itens fabricados em colônias e assentamentos israelenses levem uma etiqueta de identificação para serem comercializados dentro do bloco.

A suspensão recai sobre negociações políticas e de direitos humanos. A vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, confirmou a decisão e disse que foi tomada "com base no comportamento" das autoridades europeias.

Os cidadãos da UE deverão ser informados se produtos agrícolas ou cosméticos foram produzidos nas colônias da Cisjordânia e das Colinas de Golã ocupadas desde 1967. A medida já tinha sido anunciada há dois anos e meio e é considerada apenas "técnica", e não política, por Bruxelas.

Após meses de análise, a Comissão Europeia rejeitou um apelo lançado em uma car por 36 senadores norte-americanos e autorizou a entrada em vigor da norma que torna a etiqueta obrigatória para os 28 países do bloco. Além da Chancelaria israelense, o World Jewish Congress disse que a medida "não contribui em nada para o processo de paz" e, ao contrário, "pode reforçar a rejeição dos palestinos".

Para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a UE deveria "se envergonhar" de "tomar uma decisão hipócrita que revela um atitude dupla: é aplicada somente a Israel, e não aos outros 200 conflitos no mundo". Em termos econômicos, a nova regra não acarretará nenhum impacto efetivo, já que as trocas comerciais entre a UE e as colônias foram de apenas 154 milhões de euros em 2014, sendo que 14 milhões em importação e 140 milhões em exportação europeia. Politicamente, porém, a medida é vista como uma forma da Europa pressionar Israel, apesar do próprio vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, afirmar que não se trata de "nenhuma forma de boicote ou sanção". A etiqueta é obrigatória para os produtos agrícolas frescos e para os cosméticos. Ficaram de fora da regra os vinhos e a medida é voluntária para os itens industriais. A identificação deve dizer claramente a proveniência das colônias. Três países (Bélgica, Dinamarca e Grã-Bretanha) já adotaram a iniciativa e exigem a etiqueta. Entre os britânicos, porém, a medida aumentou o consumo de itens produzidos em colônias.

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