
Um parlamentar de oposição da Itália questionou o governo da premiê Giorgia Meloni sobre o caso da deputada federal Carla Zambelli (PL), que anunciou a intenção de fugir para o país europeu após ter sido condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Apresentei hoje [4] um questionamento aos ministros Piantedosi [Interior] e Tajani [Relações Exteriores] para saber se o governo italiano pretende colaborar com o Brasil e com a Interpol, implementando o acordo de cooperação judiciária entre Itália e Brasil em matéria de extradição”, disse o deputado Angelo Bonelli, da coalizão Aliança Verdes e Esquerda (AVS).
Em comunicado, o parlamentar lembrou que Zambelli, “expoente do partido de Bolsonaro”, foi condenada a 10 anos de cadeia por ter “fabricado um falso mandado de prisão” contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, ao invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “A Itália arrisca se tornar um paraíso para golpistas. Esperamos uma resposta rápida do governo”, concluiu Bonelli.
Em entrevista à CNN Brasil, a deputada bolsonarista disse que está nos Estados Unidos, mas que pretende ir à Itália, país do qual tem cidadania. Em resposta, a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão preventiva de Zambelli e a inclusão da parlamentar na lista vermelha da Interpol.
“Como cidadã italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã, então eu estou muito tranquila quanto a isso”, afirmou Zambelli à CNN.
Em 2015, no entanto, a Itália extraditou o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no caso do mensalão, apesar de ele ter cidadania italiana, o que pode abrir um precedente.