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Amanda Knox voltará à Itália pela 1ª vez após absolvição

A jornalista e escritora americana Amanda Knox, pivô de um dos mais célebres casos policiais da Itália neste século, voltará ao país pela primeira vez depois de ter sido absolvida.

Segundo o jornal Il Dubbio, editado pelo Conselho Nacional Forense, Knox aceitou um convite para participar da primeira edição do Festival de Justiça Penal, que acontecerá em Modena, entre os dias 14 e 15 de junho.

A americana participará de um debate que abordará a cobertura midiática de processos penais e deve relatar sua experiência com a Justiça e a imprensa italianas. “O sentido de organizar um evento desse tipo é analisar o objetivo de derrotar o populismo judiciário”, explicou ao Dubbio o presidente da Câmara Penal de Modena, Guido Sola, organizador do festival.

O convite a Knox foi feito pela associação Italy Innocence Project, que se ocupa de processos judiciários de pessoas condenadas injustamente e depois absolvidas. “Seu caso foi analisado pela imprensa de modo quase patológico. Queremos ouvi-la sobre como sua imagem foi passada e recebida pela opinião pública”, disse Martina Cagossi, integrante do projeto e que conheceu a escritora nos Estados Unidos, em 2014.

O caso – Knox foi acusada pelo homicídio da estudante britânica Meredith Kercher, ocorrido em 1º de novembro de 2007, na cidade italiana de Perúgia, onde ambas estudavam e dividiam uma casa. O corpo da jovem foi encontrado degolado, seminu e com uma série de feridas.

O caso logo chamou atenção pelas circunstâncias que o envolviam.

Ao lado do marfinense Rudy Guede, único condenado em definitivo pelo crime, Knox e seu então namorado, o italiano Raffaele Sollecito, foram acusados de matar Kercher em meio a discussões sobre a limpeza da casa e jogos sexuais que fugiram do controle – hipótese descartada posteriormente.

A beleza da norte-americana também foi outro chamariz para o homicídio. Na Itália, ela ficou conhecida como “a diaba com rosto de anjo”. O ex-casal chegou a ser sentenciado após o DNA de Knox ter sido encontrado em uma faca com o sangue da vítima e ficou preso na Itália até 2011, quando a Corte de Cassação, tribunal supremo do país, anulou o processo por falhas na perícia.

No mesmo dia em que foi libertada, a americana voltou para a casa de sua família, em Seattle, e nunca mais pisou na Itália.

No fim de 2013, a Corte de Cassação determinou a reabertura do caso, já que a inocência dela e de Sollecito não tinha sido comprovada, culminando em uma sentença condenatória do Tribunal de Apelação de Florença em janeiro do ano seguinte.

Contudo a decisão foi novamente derrubada pela Corte de Cassação, que não viu indícios de participação de Knox e Sollecito no assassinato e os absolveu em definitivo. Já Guede foi condenado por ter invadido a casa e matado Kercher, mas ele alega que conhecia a britânica e que estava na residência a convite dela. Segundo sua versão, o homicídio ocorreu enquanto ele estava no banheiro, após uma discussão entre Kercher e Knox.

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