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Na “terra de Abraão”, Papa Francisco condena opressão e terrorismo

O papa Francisco realizou um dos momentos mais simbólicos de sua visita ao Iraque: a viagem até a à Planície de Ur, local onde cristãos, judeus e muçulmanos afirmam ser a terra natal de Abraão.

No encontro inter-religioso, próximo ao sítio arqueológico de quatro mil anos, o Pontífice aproveitou o momento para condenar os grupos terroristas que cometem ataques em nome da fé e defendeu ainda a liberdade religiosa, algo que não é amplamente respeitado no país.

“A partir deste lugar frontal da fé, da terra do nosso pai Abraão, afirmamos que Deus é misericordioso e que a maior blasfêmia é profanar o seu nome odiando o irmão. Hostilidade, extremismo e violência não nascem da alma religiosa: são traições da religião. E nós, crentes, não podemos ficar calados, quando o terrorismo abusa da religião. Não permitamos que a luz do céu seja ocultada pelas nuvens do ódio”, disse em seu discurso.

Segundo o líder católico, o Iraque vem sofrendo nas últimas décadas com “as nuvens negras do terrorismo, da guerra e da violência” e isso trouxe tristeza e problemas pra todas as comunidades étnicas e religiosas que vivem ali.

“De maneira particular, quero lembrar a comunidade yazidi, que chorou a morte de muitos homens e viu milhares de mulheres, moças e crianças raptadas, vendidas como escravas e sujeitas a violências físicas e conversões forçadas. Hoje rezamos por todas as vítimas de tais sofrimentos, por quantos ainda estão dispersos e sequestrados para que regressem brevemente às suas casas”, destacou Francisco lembrando a minoria religiosa mais ataque pelos terroristas do Estado Islâmico (EI).

Ao pedir orações, o chefe dos católicos ainda reforçou que tanto no Iraque como em todos os locais do mundo sejam respeitadas e reconhecidas a “liberdade de consciência e a liberdade religiosa: são direitos fundamentais, porque tornam o homem livre para contemplar o Céu para o qual foi criado”.

Ainda falando sobre os danos causados, principalmente, pelo EI nos últimos anos, o Papa lembrou a destruição “bárbara” dos terroristas do “maravilhoso patrimônio histórico religioso, incluindo igrejas, mosteiros e locais de culto de várias comunidades”.

Os extremistas, ao declararem seu “califado” em território que vai do Iraque à Síria, destruíram inúmeros momentos de importância histórica para a humanidade, sejam religiosos ou não, provocando danos irreparáveis à cultura do mundo.

Ao falar sobre a pandemia de Covid-19, o líder católico voltou a criticar a corrupção de agentes públicos e disse que essa é uma atitude “indigna”.

“Enquanto todos estamos todos vivendo a crise pandêmica, e especialmente aqui onde os conflitos causaram tanta miséria, é indigno que alguém pense avidamente sobre seus próprios negócios. Não haverá paz sem compartilhar e acolher, sem uma justiça que assegure equidade e promova a todos, a começar pelos mais fracos. Não haverá paz sem os povos que estendam as mãos uns para os outros. Não haverá paz até que as alianças forem contra alguém porque as alianças dos uns contra os outros só aumentam as divisões. A paz não pede vencedores nem vencidos, mas irmãos e irmãs que, mesmo com as incompreensões e as feridas do passado, caminhem do conflito para a unidade”, reforçou.

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