Partidos do campo conservador na Itália estudam criar uma federação de legendas de direita ou até mesmo se unir em torno de uma única sigla para a disputa das próximas eleições legislativas no país.
Atualmente, o espectro conservador é ocupado sobretudo pelos partidos de extrema direita Liga, de Matteo Salvini, e Irmãos da Itália (FdI), de Giorgia Meloni, e pelo moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.
No entanto, suas lideranças discutem há algumas semanas a hipótese de formar uma única força que, segundo as últimas pesquisas, poderia até obter a maioria parlamentar quando o país voltar às urnas.
“Há um forte impulso dentro do Força Itália para a hipótese de um partido da centro-direita italiana”, disse uma fonte da legenda de Berlusconi – na Itália, a coalizão conservadora é chamada de “centro-direita”, apesar da predominância dos partidos ultranacionalistas.
A ideia do FI seria replicar, no modo de organização, o Partido Trabalhista do Reino Unido ou os Republicanos da França. Já uma fonte da Liga declarou que a legenda trabalha “para unir”.
Até agora, a hipótese mais provável ventilada pelos jornais italianos era a da criação de uma “federação” de partidos conservadores. Para Salvini, essa seria uma forma de evitar ser ultrapassado por Meloni nas pesquisas de intenção de voto e reforçar sua posição como candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições.
O projeto, no entanto, encontra resistência nos aliados da Liga. Do lado do Força Itália, a união dos partidos poderia colocá-lo em papel secundário em relação a Salvini. Já o FdI, de Meloni, está em ascensão e já aparece na disputa pelo primeiro lugar, embora sempre tenha sido o tripé mais frágil da aliança conservadora.
De acordo com uma pesquisa, a Liga tem 20,9% das intenções de voto, apenas 0,5 ponto percentual de vantagem sobre o FdI (20,4%). Em terceiro lugar aparece o Partido Democrático (19%), de centro-esquerda, enquanto o FI está em uma distante quinta posição, com 6,8% – o quarto colocado é o antissistema Movimento 5 Estrelas (16,2%).
No entanto, nas últimas eleições legislativas, em março de 2018, o partido de Meloni, que está à direita até de Salvini, obteve apenas 4,3% dos votos.