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Prefeita de Roma propõe dar nome de rua ao ex-premier Bettino Craxi

Há dez anos da morte do ex-premier italiano Bettino Craxi, a prefeita de Milão, Letizia Moratti, propõe dar o nome do político a uma rua ou um parque de sua cidade natal, fato que provocou uma polêmica no país.

 

Para o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini, "homenagear Bettino Craxi não significa apenas realizar uma obra de ressarcimento moral, para a sua família e a sua comunidade política. Significa restituir a honra, para um político sábio e ao seu país".

"Craxi foi um grande líder da esquerda italiana, que agora tem a extraordinária oportunidade de acolher no seu Pantheon como protagonista e vencedor", escreveu o chanceler italiano em uma nota.

"Eu acredito, que a proposta da prefeita de Milão, e as comemorações que irão reunir muitos italianos em nome de Craxi, em Hammamet, [cidade da Tunísia] daqui ha algumas semanas, deve ser uma importante oportunidade para começar a escrever uma memória compartilhada e comum, a que viu em Craxi o campeão do reformismo político e de um socialismo que ele amava definir como "tricolor" porque tinhas suas raízes na história nacional", finalizou o ministro.

Nos dias 16 e 17 de janeiro acontece em Hammamet uma comemoração no cemitério da cidade, para o político italiano.

Alguns jornais italianos, publicaram ontem, que a eleição de Moratti deveria acontecer antes ou depois de 19 de janeiro, quando o Presidente da República, Giorgio Napolitano, recordará o político socialista com uma cerimônia no Senado.

Para o ex-secretário geral do Partido Socialista, Cláudio Martelli "deixando de lado os fatos dos últimos anos, a reabilitação de Craxi [que morreu em Túnis, exilado para escapar da justiça italiana] é uma grande coisa".

Por sua vez, o porta-voz do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, Paolo Bonaiuti, disse que "espero que a idéia de dar o nome a uma rua, uma praça, ou um parque com o nome de Bettino Craxi se possa realizar".

Já o promotor da época do caso "Mãos Limpas", Francesco Saverio Borelli, disse que "era ofensiva a idéia de se ter uma rua, uma praça ou um lugar com o nome de uma pessoa morta como fugitiva".

Borelli, foi o promotor que divulgou a partir de 1992 os casos de corrupção nos quais Bettino Craxi estava envolvido.

O ex-premier, nasceu em Milão em 24 de fevereiro de 1934, faleceu em Túnis, capital da Tunísia, em 19 de janeiro de 2000, foi primeiro secretário do Partido Socialista de 1976 até 1993 e chefe do governo de 1983 a 1987.

Quando faleceu ele morava em Túnis desde 1994 para fugir da justiça italiana, que o havia condenado, sem sua presença, a 27 anos de prisão, por vários casos de corrupção e de financiamento ilegal de seu partido.

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