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Província de Catânia realiza primeiro transplante de útero da Itália

A província de Catânia, no sul da Itália, realizou o primeiro transplante de útero do país europeu em uma mulher siciliana, de 30 anos de idade.

O procedimento foi feito na Central de Transplantes do Policlínico de Catânia, em colaboração com o hospital Cannizzaro, e contou com os professores Pierfrancesco e Massimiliano Veroux, Paolo Scollo e Giuseppe Scibilia.

A doadora era uma mulher de Florença, de 37 anos, cuja morte cerebral foi constatada, após uma parada cardíaca. Além do útero, outros órgãos da falecida, como pulmão, fígado, pâncreas e rins, foram usados para beneficiar outras mulheres.

“Este é um acontecimento histórico para o transplante italiano e para o Serviço Nacional de Saúde, que mais uma vez demonstra o seu nível de excelência do ponto de vista científico e organizacional”, afirmou o diretor do Centro Nacional de Transplantes, Massimo Cardillo.

A paciente está na unidade de terapia intensiva, mas passa bem.

“É um grande orgulho para a saúde de todo o nosso país. O próprio testemunho de um milagre humano que devolve a vida graças ao gesto de extrema generosidade de um doador. Aos médicos e a todos os profissionais envolvidos neste empreendimento, os cumprimentos e agradecimentos de todo o governo regional e do povo siciliano”, comentou o governador da região, Nello Musumeci.

A busca pela doação de útero foi iniciada em junho de 2019 e demorou 14 meses para que um órgão compatível estivesse disponível. O protocolo médico italiano prevê que os potenciais candidatos ao transplante sejam mulheres com idade entre 18 e 40 anos, sem doenças oncológicas, que ainda não tenham tido filhos e sem enfermidades uterinas congênitas, como a síndrome de Rokitansky.

Já as doadoras precisam ser mulheres que morreram entre 18 e 40 anos sem nenhuma cesárea anterior. Até agora, existem cerca de 70 transplantes de útero realizados no mundo e descritos na literatura científica, mas 80% foram alcançados graças às doações feitas em vida.

O procedimento feito na Itália é o quarto transplante no mundo realizado com um doador falecido, depois de um no Brasil e dois nos Estados Unidos.

Para o coordenador do Centro de Transplantes da Sicília, Giorgio Battaglia, “é um grande orgulho que uma intervenção tão excepcional tenha sido realizada na Sicília”. “A região, como todo o Sul, ainda sofre de uma lacuna em relação às regiões do Centro-Norte, tanto em termos de atividades de transplantes, como sobretudo no número de doações de órgãos. O transplante é a prova de que também no Sul existe um serviço de saúde de grande valor”, finalizou.

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