O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou hoje que "juízes extremistas de esquerda" redigiram a sentença que condena o advogado inglês David Mills de receber dinheiro em troca de mentir em um julgamento para protegê-lo e a sua empresa.
Berlusconi, que participou hoje da assembleia anual da patronal italiana Confindustria, assegurou que se trata de "uma sentença escandalosa que diz exatamente o contrário da verdade".
O líder italiano defendeu o direito de todo o mundo de criticar os juízes e deu um exemplo ligado ao futebol para explicar o conflito de interesses dos juízes italianos.
"É como se Mourinho (treinador do Milan) fosse o árbitro de uma partida Milan-Inter", assegurou Berlusconi.
O primeiro-ministro da Itália, que assegurou que a juíza Nicoletta Gandus, responsável pelo Tribunal de Milão que condenou Mills, é sua "inimiga declarada", também reiterou sua intenção de reformar o Parlamento.
"Pela primeira vez, o Governo é dirigido por um empreendedor e por ministros que parecem membros de um conselho de administração, por sua eficiência. Mas devemos perceber que é preciso modernizar a legislação, porque o primeiro-ministro não tem praticamente nenhum poder", assegurou Berlusconi.
O primeiro-ministro afirmou que a Constituição foi escrita depois do período fascista, por isso que todos os poderes foram concedidos ao Parlamento.