Um oficial da Marinha Militar da Itália foi preso em Roma, sob a acusação de espionar para a Rússia.
O capitão de fragata Walter Biot foi detido em flagrante enquanto passava documentos sigilosos para um oficial das Forças Armadas russas, também preso, em troca de dinheiro. Ele é acusado de obtenção de arquivos secretos e revelação de segredos militares para fins de espionagem.
Segundo a investigação, o oficial italiano tentou vender documentos sigilosos de natureza militar, incluindo arquivos sobre sistemas de telecomunicação, por cerca de 5 mil euros em dinheiro vivo (R$ 34 mil, pela cotação atual). O montante foi apreendido pela Arma dos Carabineiros, que flagrou a operação em um estacionamento de Roma.
O militar teria obtido esses arquivos, alguns deles relativos à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), enquanto prestava serviço no Estado Maior da Defesa.
O Ministério das Relações Exteriores da Itália convocou o embaixador da Rússia no país, Sergey Razov, para protestar contra a espionagem e comunicou a expulsão imediata de dois funcionários de Moscou envolvidos no caso.
“Agradeço aos nossos serviços de inteligência e aos aparatos do Estado que trabalham todos os dias pela segurança de nosso país”, escreveu no Facebook o chanceler Luigi Di Maio. Mais tarde, em uma audiência no Senado, o ministro reforçou que a tentativa de espionagem é um “ato hostil de extrema gravidade”.
Se condenado, Biot pode pegar até prisão perpétua.
Reação
Por meio de uma nota, a Embaixada da Rússia em Roma disse que é “inoportuno” comentar o caso no momento, mas acrescentou que espera que o episódio “não se reflita nas relações bilaterais” entre os países.
Já o Ministério das Relações Exteriores de Moscou lamentou a expulsão de dois funcionários russos e disse que estuda “possíveis passos em relação a essa medida, que não corresponde ao nível das relações bilaterais”.