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Após ameaça, Renzi recua e diz que não pensa em derrubar governo

Após ter ameaçado derrubar o governo, o ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi recuou e afirmou que “sequer pensa” no assunto.

Premiê de fevereiro de 2014 a dezembro de 2016, Renzi lidera um partido minoritário na base aliada, o centrista Itália Viva (IV), mas é crucial para o primeiro-ministro Giuseppe Conte ter maioria no Senado.

“Derrubar o governo? Sequer penso nisso. Mas há 846 mortos, e não podemos fingir que não estamos vendo. É por isso que pedimos para o primeiro-ministro se mexer, vamos dar mais recursos para a saúde, parar com as polêmicas e aproveitar os fundos europeus”, disse o senador à rede Mediaset, em referência ao número de óbitos na pandemia do novo coronavírus na Itália.

Em entrevista ao jornal El País, Renzi havia afirmado que poderia derrubar o governo Conte se o primeiro ministro insistisse na ideia de formar uma força-tarefa de técnicos para gerir os recursos do fundo de recuperação da União Europeia para o pós-pandemia.

“Se Conte quer plenos poderes, assim como Salvini, eu digo não. É um problema de respeito às regras. E, neste caso, nós retiraremos nosso apoio ao governo”, ameaçara o ex-premiê. Além disso, Renzi critica a resistência do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), maior partido da base aliada e principal fiador de Conte, em usar os fundos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), instrumento de socorro a nações em dificuldade na eurozona, mediante empréstimos com juros subsidiados.

“A bola está agora com o primeiro-ministro”, disse Renzi à Mediaset. Questionado sobre suas condições para evitar a renúncia das duas ministras do IV – Teresa Bellanova (Agricultura) e Elena Bonetti (Família) -, o ex premiê respondeu: “Existem 36 bilhões de euros [do ESM] que poderiam fortalecer o serviço sanitário, mas que estão bloqueados por um ‘não’ ideológico dos 5 Estrelas e de Conte. Peguemos esse dinheiro e o coloquemos na saúde”.

Além disso, Renzi acrescentou que espera que “não se fale mais de crise, mas sim de como gastar bem os repasses europeus”.

Durante sua carreira, Renzi sempre foi crítico de pequenos partidos que conseguiam colocar governos contra a parede com a ameaça de retirar apoio no Parlamento – situação da qual ele próprio foi vítima.

“Não é aceitável que, em 2017, ainda existam pequenos partidos que vetem [medidas do governo]”, disse o ex-premiê há três anos, já depois de ter deixado o poder.

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